terça-feira, 11 de novembro de 2008

BLOG ENTREVISTA - DJ RAFAEL LELIS


Ele manda muito bem nas pistas de dança, na produção musical, na Ômega, e claro! aqui no Blog... estamos falando do DJ Rafael lelis, que conta tudo que gostaríamos de saber sobre sua jornada musical. Acompanhe:



Blog: Em sua programação, você mesmo deixa claro que não é nenhum profissional da locução. Então como surgiu o interesse e a oportunidade para iniciar nesta área?

Rafael: Olha, a cada dez pessoas que se colocam como produtores de remixes, no máximo duas realmente podem dizer que são, pois o resto é puro lixo. É por isso que deixo claro que não sou locutor, que faço da maneira que sei. Tenho respeito pelos profissionais que realmente tem o dom e estudaram pra isso. Acho importante ter bom-senso. Eu entrei pra essa área a convite de outra webrádio, há anos atrás. Na época eu vi a oportunidade de estar mais próximo das pessoas que curtem meus remixes, e também a oportunidade de divulgar melhor o meu trabalho. Depois tive alguns desencontros e saí. Aí o Pedro Pitanga me convidou para estar na Ômega Hitz, e assim estou há mais de um ano.

Blog: Qual é a proposta do “Tribal Evolution”, sua programação na Ômega Hitz?

Rafael: A proposta é tocar dentro do programa as músicas que rolam pelos Clubes do país, de passar informações sobre o mundo dos produtores, dos Djs. É um programa voltado para o que acontece na noite, mas no final das contas o formato acaba sendo feito mesmo pelos ouvintes, através dos pedidos.

Blog: Resumidamente, como foi a trajetória de Rafael Lelis até torna-se um produtor?

Rafael: O ruim é resumir (risos)... Eu sempre fui muito ligado a música desde criança. Mas eu não gostava só de escutar. Eu me imaginava construindo as batidas, as melodias. Mas eu não tinha a mínima noção de como era feito. Até que, lá pelos meus 17 anos, com a modernidade da informática eu pude conhecer as ferramentas que precisava para poder concretizar minhas idéias. Desde então foram anos de muito, mas muito estudo, dedicação e gastos para poder apresentar um trabalho de qualidade. E continuo me “matando” para poder me superar, apreender novas técnicas. Minha proposta nunca foi fazer barulho como a maioria faz. Eu me preocupo realmente em fazer música.

Blog: Como vai a vida no setor amoroso? Caso esteja namorando dá pra associar legal, o trabalho, a fama e os assédios?

Rafael: Eu não namoro, e também não sou famoso. Algumas pessoas da noite são deslumbradas com essa coisa de fama, mas isso além de presunção é burrice! O fato de eu ser razoavelmente conhecido no meio em que trabalho não me torna famoso. Tem Dj, Drag Queen que se acha na noite, mas que durante o dia ninguém nem nota, tirando algumas bees pelo caminho rs. Eu ando de metrô, busão, o que precisar, tô nem aí! Só não é muito legal ser reconhecido quando estamos em alguma situação mais privada. Outro dia fui tentar a sorte em uma sauna, e estava rolando músicas numa tela de plasma. Eis que entra Umbrella e outros remixes meus, e umas três pessoas me reconheceram. Foi ridículo, eu, com aquela toalhinha querendo dar um pega, e o povo lá, olhando pra minha cara... Hoje não me atrevo a ir.

Blog: O trabalho feito com Silvetty Montilla nos hits “Tô Bonita” e “Coisa Boa Pra Você” foram um sucesso! Como surgiu esta parceria e a idéia para este trabalho? Virão mais parcerias por aí?

Rafael: Não existiu parceria. A idéia foi minha mesmo. Quando eu fiz “Tô Bonita?” eu nem conhecia a Silvetty. Em 2004 um amigo, o DJ Jura da Tunnel me deu um show dela gravado no Queen. Eu ria muito escutando aquilo e resolvi brincar com as falas. Fui cortando, editando, fazendo montagens. Depois comecei a construir a base toda. O resultado foi uma música de 8 minutos, mas fiz por pura brincadeira. Nem DJ eu era! Quando o Jura escutou ele se empolgou e pediu a música para mostrar para a Silvetty durante seu show na Tunnel. E foi o que ele fez. Infelizmente eu não pude ir conferir isso. Mas o Jura me contou o que rolou por lá. Ele pegou o microfone, interrompeu o show e disse para a Silvetty que tinha uma música feita especialmente para ela, que queria que ela escutasse. O resultado você já imagina (risos). A Silvetty ficou super emocionada. Ela dizia: “Vamos aplaudir gente, é minha música!” Ele teve que tocar a música duas vezes seguida, fora que ela pedia o tempo todo para ele voltar alguns trechos. Quando eu fiquei sabendo me senti super realizado e feliz, pois era muito fã da Silvetty. Depois dessa música eu a conheci pessoalmente, e mais para frente resolvemos fazer “Coisa Boa Pra Você”. Hoje em dia eu não quero mais produzir nada do tipo. Minhas intenções são outras.


Blog: Por que os DJs trabalham tão pouco com produções de artistas nacionais? Você tem alguma produção assim?
Rafael: Isso é mal de brasileiro. É aquela velha história de “O que vem de fora é melhor do que o nosso”. O preconceito contra nossa própria cultura é gigante, e parte daqui mesmo. Agora, os produtores não fazem ou por que não gostam, ou pelo medo de serem taxados de bregas, cafonas... Outra coisa é que não temos uma cultura de Remix como existe em outros países. Lá fora a maioria dos artistas lançam singles das suas músicas(CD contento remixes) e existe acapellas disponíveis para quem quiser remixar. Aqui não.


Blog: Quais produções você destacaria como suas favoritas? Existe alguma afinidade com um artista em especial na hora de produzir?

Rafael: Tenho algumas favoritas. Leona Lewis - Bleeding Love, Rihanna – Unfaithful, Christina Aguilera – Ain’t No Other Man... Por aí vai. Eu não tenho muito esse lance de afinidade não. Uma coisa que muita gente pensa é que eu sou fã dos artistas que remixo, e geralmente não sou! Eu construo meus remixes de acordo com o que penso ser o ideal para as pistas no momento. Também penso nos fãs do artista, e faço meu remix para eles, não para mim.


Blog: Gostaríamos de saber quem são os ídolos ou artistas favoritos de Rafael lelis?
Rafael: Gosto mesmo é de Old School (artistas da velha guarda). Dificilmente as produções de hoje alcançam a mesma complexidade e qualidade. Falando de Club House, impossível não citar os Thunderpuss. Eles não remixavam, eles faziam milagre mesmo. Era um trabalho absurdo! Cantores, eu curto muito Tom Jones, Cher, Clara Nunes, Cazuza... Não só pela voz, mas pelo repertório e importância que cada um deles tem. São artistas realmente substanciais.

Blog: Pra você qual a importância dos VJs no uso de uma produção musical? É preciso alguma parceria, é uma iniciativa privada ou você mesmo também produz seus vídeos musicais?

Rafael: Hoje virou uma grande parceria. Eu acho muito legal, e já tive remixes bastante divulgados, com milhões de visualizações no Youtube graças aos Vjs. Mas isso é com eles, pois eu não entendo nadinha dessa coisa de edição de vídeos. Meu negócio é a música.


Blog: Uma mensagem bem legal para os fãs e ouvintes da Ômega Hitz e Rafael Lelis?
Rafael: Não sou bom em frases feitas e poesia. Prefiro dizer: “Obrigado por tudo!”

Tribal Evolution vai ao ar todas Terças e Quintas às 20h00

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